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ou será satisfeito. Eu dizia: esperar é desejar sem gozar. Posso acrescentar: esperar é desejar sem saber. É por isso que, mais uma vez, a esperança se refere na maioria das vezes ao futuro: porque o futuro, na maioria das vezes, é desconhecido. Se for conhecido, já não será objeto de uma esperança. Lembrem-se do eclipse deste verão. Oito dias antes, vocês podiam esperar vê-lo em boas condições (se temessem que as nuvens os impedissem de vê-lo), mas não - a não ser que você seja completamente nulo em matéria de astronomia - esperar que o eclipse ocorresse. Só se espera o que se ignora: quando se sabe, já não há por que esperar. Mesma coisa, claro, no que concerne ao passado. Uma vez que você sabe do resultado da operação por que seu amigo passou e que esse resultado é positivo ou negativo, para você ele cessa de ser objeto de esperança. Você só pode esperar outra coisa, que você não sabe (por exemplo, que ele não tenha uma recaída, se a operação foi bem-sucedida, ou que não tenha sofrido, se ela fracassou e ele morreu...). A esperança e o conhecimento nunca se encontram, em todo caso nunca têm o mesmo objeto: nunca esperamos o que sabemos; nunca conhecemos o que esperamos. Portanto nem toda esperança se refere necessariamente ao futuro. Também podemos esperar o passado ou o presente, contanto que o ignoremos. Há mais, porém: todo desejo referente ao futuro nem sempre é também uma esperança. Vou provar isso também com um exemplo. Imaginem a cara de nosso amigo Didier Périgois, que organiza esses "Lundis Philo", se, quando falei com ele ao telefone, há três dias (ele ligou para mim para conferir se tudo ia bem, se eu não havia esquecido este compromisso, para marcarmos a hora do encontro, etc), imaginem a cara dele se eu tivesse respondido: "Espero ir!" Ele teria dito: "Epa, não me assuste! Que história é essa de esperar? Vai vir muita gente, a classe já está lotada: contamos com você!" Vocês podem imaginar que eu não respondi "espero ir", mas sim: "estarei lá". E no entanto eu desejava vir. E no entanto isto se situava no futuro, já que ele ligou para mim três dias atrás. Por que não era uma esperança? Porque vir falar a vocês dependia de mim. Claro, eu poderia morrer entrementes, quebrar a perna, poderia haver uma guerra atômica... Assim sendo, eu teria podido esperar, se tivesse tido tempo ou tal preocupação, que nada disso tudo acontecesse. Mas vir a Nantes, não havendo impedimento de força maior, só dependia de mim: não era objeto de uma esperança, mas de uma vontade. Ninguém espera aquilo de que se sabe capaz. Isso diz muito sobre a esperança. Se alguém nesta sala puder nos dizer, em espírito e em verdade, "Espero me levantar daqui a pouco", é que está muito doente de corpo ou de cabeça. Não que algum de nós tenha a intenção de ficar definitivamente sentado... Mas levantar daqui a pouco é para nós um projeto, uma intenção, uma previsão, mas com toda certeza não é uma esperança. Por quê? Porque sabemos muito bem que somos capazes de fazê-lo. Em compensação, podemos esperar que não soframos um acidente ao voltar para casa, porque isso não depende de nós. É isso que distingue a esperança da vontade: uma esperança é um desejo cuja satisfação não depende de nós, como diziam os estóicos - diferentemente da vontade, a qual, ao contrário, é um desejo cuja satisfação depende de nós. Se alguém lhe disser "Quero que faça um dia bonito amanhã", você poderá responder: "Você, pode dizer 'quero', mas a verdade é que você espera, porque não depende de você." E ao colegial que diz "Quero passar no exame de bacharelado": "Tem razão de fazer tudo para passar; mas você pode ficar doente ou pegar um corretor louco na sua prova... A verdade é que você espera passar no exame!" "Muito bem", responde o colegial, "eu espero me preparar seriamente." "Não, porque desta vez depende apenas de você: não se trata mais de esperar, trata-se de querer!" Só esperamos o que somos incapazes de fazer, o que não depende de nós. Quando podemos fazer, não cabe mais esperar, trata-se de querer. É a terceira característica: a esperança é um desejo cuja satisfação não depende de nós. Eu dizia: esperar é desejar sem gozar; esperar é desejar sem saber. Posso acrescentar: esperar é desejar sem poder. Postas uma em seguida da outra, essas três características da esperança resultam numa definição. O que é a esperança? É um desejo que se refere ao que não temos (uma falta), que ignoramos se foi ou será satisfeito, enfim cuja satisfação não depende de nós: esperar é desejar sem gozar, sem saber, sem poder. Vocês podem compreender por que Spinoza via na esperança "uma falta de conhecimento" (esperar é desejar sem saber) e como que "uma impotência da alma" (esperar é desejar sem poder), por que ele dizia que "quanto mais nos esforçamos para viver sob a conduta da razão, mais nos esforçamos para nos tornar menos dependentes da esperança"30... Ou por que os
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Cytat |
Dobre pomysły nie mają przeszłości, mają tylko przyszłość. Robert Mallet De minimis - o najmniejszych rzeczach. Dobroć jest ważniejsza niż mądrość, a uznanie tej prawdy to pierwszy krok do mądrości. Theodore Isaac Rubin Dobro to tylko to, co szlachetne, zło to tylko to, co haniebne. Dla człowieka nie tylko świat otaczający jest zagadką; jest on nią sam dla siebie. I z obu tajemnic bardziej dręczącą wydaje się ta druga. Antoni Kępiński (1918-1972)
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